ALLAN DOS SANTOS VOLTA AO X COM ATAQUES A MORAES APÓS EMBATE DE MUSK
Após os comentários, Moraes incluiu Musk no inquérito que investiga a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento
O jornalista bolsonarista Allan dos Santos fez uma live no X
(antigo Twitter) para quase 10 mil usuários neste domingo (7) na conta oficial
do canal Terça Livre.
Foragido da Justiça brasileira, ele retornou à plataforma,
de onde foi suspenso por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), após Elon
Musk criticar as decisões do ministro Alexandre de Moraes. A live foi feita
entre 22h e 23h.
O empresário acusa o ministro de censura. Após os
comentários, Moraes incluiu Musk no inquérito que investiga a existência de
milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.
Segundo o jornal O Globo, ao longo dos minutos em que ficou
no ar, Allan proferiu xingamentos a Moraes e disse que retomará as atividades
do "Terça Livre" em território americano -onde mora atualmente-
prometendo transmissões diárias.
Também sugeriu que, em futuras lives, trabalhará pela
eleição de candidatos de direita nas eleições municipais de outubro.
O portal teve suas atividades interrompidas em 2021, após o
bolsonarista virar alvo do STF pela publicação de conteúdos antidemocráticos e
ataques à corte. A conta ganhou notoriedade em 2018, quando foi usada para
mobilizar o público de direita, sobretudo apoiadores de Jair Bolsonaro.
No Instagram, Allan criou, ao longo do tempo, contas
pessoais reservas, já removidas pela plataforma. O número já chegou a 40 perfis
nessa sexta-feira (8). No X, o perfil da Terça Livre já foi bloqueado. Ao
tentar acessar a página, a mensagem na tela informa que a conta foi retida no
Brasil em resposta a uma exigência legal. Nos EUA, porém, era possível
acessá-la pela manhã.
O youtuber também leu no ar a decisão em que Moraes incluiu
o empresário entre os investigados no inquérito e fixou multa de R$ 100 mil
para os descumprimentos do X.
Allan dos Santos voltou à plataforma em meio à briga entre
Musk e Moraes.
Musk fez uma série de posts ao longo deste fim de semana
relacionados ao Brasil. Ele disse que estava "levantando restrições"
impostas por decisão judicial de sua rede e defendeu que Moraes deveria
renunciar ou sofrer impeachment.
O empresário ainda não se manifestou sobre a decisão do
ministro, mas antes, já havia repostado o comentário de um usuário do X que
dizia, em inglês, "amigos do Brasil, arranjem um VPN".
Ao incluir Musk no inquérito das milícias digitais, Moraes
afirmou que o empresário iniciou no sábado (6) uma campanha de desinformação
sobre a atuação do STF e do TSE que foi reiterada neste domingo (7), "instigando
a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações
criminosas".
O ministro destacou a declaração de Musk de que rescindirá o
cumprimento das ordens emanadas da Justiça brasileira relacionadas ao bloqueio
de perfis criminosos e que espalham notícias fraudulentas.
Segundo o ministro, na hipótese, está caracterizada a
utilização de mecanismos ilegais pelo X, "bem como a presença de fortes
indícios de dolo do CEO da rede social, Elon Musk, na instrumentalização
criminosa investigada em diversos inquéritos".
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