NÃO PRECISAMOS DO BRASIL, O BRASIL QUEM PRECISA DE NÓS`, DIZ TRUMP
Presidente americano critica plano do Brics e ressalta dependência brasileira dos EUA, enquanto Lula defende diálogo e cooperação internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou
nesta semana que espera construir uma "grande relação" com o Brasil,
mas enfatizou que, em sua visão, são os brasileiros que dependem mais dos EUA.
Durante uma entrevista no Salão Oval, Trump afirmou que caso o Brics insista em
reduzir a influência do dólar no comércio global, os países do bloco poderão
enfrentar tarifas de 100% ao tentar acessar o mercado americano.
"O Brasil e outros membros do Brics precisam de nós.
Nós não precisamos deles. Todos dependem dos Estados Unidos", disse Trump,
reforçando sua posição. Ele também criticou a proposta do bloco de adotar
moedas locais nas transações comerciais, chamando a iniciativa de inviável e
prevendo que será abandonada.
O Brics, que este ano é presidido pelo Brasil, tem entre
seus objetivos fortalecer o uso de moedas locais para facilitar o comércio
entre os países membros. Entretanto, essa proposta desagrada o governo Trump,
bem como parte dos políticos de seu partido, que veem a ideia como uma ameaça
ao domínio global do dólar.
Apesar de abordar o tema, Trump demonstrou desconhecimento
sobre a composição do bloco, afirmando que ele teria "seis ou sete
países", embora atualmente o Brics seja formado por dez nações.
Lula defende diplomacia e parcerias globais
Em resposta às declarações, o presidente brasileiro Luiz
Inácio Lula da Silva reiterou que não deseja confrontos com os EUA. "Há
quem diga que a eleição do Trump pode gerar problemas para a democracia
mundial, mas ele foi eleito para liderar os Estados Unidos. Como presidente do
Brasil, torço para que sua gestão seja bem-sucedida, beneficiando o povo
americano e reforçando a parceria histórica entre nossas nações", afirmou
Lula.
Lula também destacou a postura pacífica do Brasil no cenário
internacional. "Não buscamos conflitos com nenhum país, seja os Estados
Unidos, Venezuela, China, Índia ou Rússia. O que queremos é paz, harmonia e que
a diplomacia prevaleça sempre sobre o confronto", concluiu.
COMENTÁRIOS