Na noite desta quinta-feira (23), a ex-diretora do Complexo
Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, de 33 anos, foi presa em Teixeira de
Freitas, extremo sul da Bahia. Ela é suspeita de envolvimento na fuga de 16
presos da unidade em 12 de dezembro de 2024.

De acordo com a Polícia Civil, Joneuma foi detida por volta
das 21h nas proximidades de uma agência bancária na Avenida Getúlio Vargas.
Contra ela, havia um mandado de prisão preventiva em aberto. As investigações
indicam que, além de facilitar a fuga, a ex-diretora mantinha ligação com uma
organização criminosa local.

Durante a prisão, foram encontrados com a suspeita
celulares, chips, um caderno de anotações e R$ 8 mil em dinheiro. Todo o
material foi encaminhado à delegacia. Após ser presa, Joneuma passou por exames
periciais e será transferida para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas nesta
sexta-feira (24).

Operação policial e desdobramentos

No último dia 16 de janeiro, um dos fugitivos, Anailton
Souza Santos, conhecido como “Nino”, morreu em confronto com policiais civis
durante uma operação no bairro Alecrim, em Eunápolis. Ele estava escondido em
uma residência, onde foi localizado pela 23ª Coordenadoria Regional de Polícia
do Interior (23ª Coorpin/Eunápolis).

Durante a ação, houve troca de tiros, e Anailton foi
baleado. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Regional de Eunápolis, mas não
resistiu. Na ocasião, a polícia apreendeu uma arma de fogo, um colete
balístico, drogas, anotações e celulares.

No início de janeiro, a polícia encontrou um acampamento que
poderia ter sido utilizado por Anailton, mas ele não foi localizado na época.

Contexto da fuga e envolvimento interno

Logo após a fuga, o delegado Marcos Reis declarou que havia
indícios de irregularidades cometidas dentro do presídio, possivelmente com a
colaboração de servidores. O objetivo do grupo que invadiu a unidade era
resgatar Edinaldo Pereira Souza, o “Dadá”, líder do Primeiro Comando de
Eunápolis (PCE), facção criminosa que atua na região.

No dia 12 de dezembro, oito homens armados trocaram tiros
com agentes de segurança do presídio para facilitar a fuga dos detentos.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap),
foi a primeira vez que uma invasão desse tipo ocorreu no estado.

Após o episódio, a direção do presídio foi afastada, e a
unidade passou por uma intervenção de 30 dias.

Identidade dos fugitivos

A Seap confirmou a identidade dos 16 detentos que escaparam,
sendo eles:

Edinaldo Pereira Souza, o “Dadá”

Sirlon Risério Dias Silva, o “Saguin”

Rubens Lourenço dos Santos, o “Binho Zoião”

Altieri Amaral de Araújo, o “Leleu”

Mateus de Amaral Oliveira

Geifson de Jesus Souza

Anderson de Oliveira Lima

Anailton Souza Santos (morto em operação policial)

Fernandes Pereira Queiroz

Giliard da Silva Moura

Valtinei dos Santos Lima

Romildo Pereira dos Santos

Thiago Almeida Ribeiro

Idário Silva Dias

Isaac Silva Ferreira

William Ferreira Miranda

As autoridades continuam as buscas pelos fugitivos e
investigam possíveis novos desdobramentos do caso.