O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cotado para
assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara em 2025,
iniciou uma campanha internacional para influenciar o governo de Donald Trump a
substituir a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, com legendas em
inglês e marcando o perfil do ex-presidente americano, Eduardo Bolsonaro tece
duras críticas à diplomata. O parlamentar acusa a embaixadora de financiar, com
dinheiro público norte-americano, personalidades que, segundo ele, atacam a
reputação dos EUA. Como exemplo, cita o influenciador digital Felipe Neto, que
teria recebido recursos da embaixada para um projeto de combate à
desinformação.

Além disso, Eduardo Bolsonaro critica a postura de Elizabeth
Bagley por hastear a bandeira dos EUA ao lado da bandeira LGBTQIA+. O deputado
afirma que é urgente que o governo americano reverta o que ele classifica como
uma fase negativa da diplomacia dos EUA e defende a remoção da embaixadora do
cargo. "Os Estados Unidos precisam resgatar sua tradição de exportar
liberdade e virar essa página sombria da história também diante da comunidade
internacional", declarou.

No mesmo vídeo, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro
também faz acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF). Segundo ele, há uma tentativa de criminalizar a oposição para
garantir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. O
deputado argumenta que se tornou alvo de investigações depois que seu pai o
mencionou como um possível candidato à Presidência da República.

Ainda dirigindo-se a Donald Trump, Eduardo Bolsonaro pede
que o governo norte-americano fique atento ao cenário político brasileiro e não
reconheça um processo eleitoral que, em sua visão, não garanta a participação
da oposição. "Bastou Jair Bolsonaro dizer que eu e Michelle seremos bons
presidenciáveis para que surgisse mais um vazamento de um inquérito conduzido
por Alexandre de Moraes, tentando nos vincular ao suposto golpe de 8 de janeiro
de 2023", afirmou.

Se sua indicação for confirmada, esta será a segunda vez que
Eduardo Bolsonaro comandará a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ele já
ocupou o cargo entre 2019 e 2020, quando ainda era filiado ao PSL e seu pai
estava na Presidência da República.