A cidade de Irecê está prestes a vivenciar um momento
histórico com a implementação do Projeto Irecê, uma parceria entre a empresa
Galvani e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Com um investimento de
R$ 500 milhões e previsão de início das operações no próximo ano, o
empreendimento de mineração de fosfato promete impactar positivamente diversos
setores da economia local, incluindo o comércio, a educação e a agricultura
familiar.

A expectativa da população é grande, especialmente devido à
criação de aproximadamente mil vagas de emprego, diretas e indiretas, e à
injeção de R$ 30 milhões anuais na economia do município, apenas em salários.
Para Lúcia Gonçalves, presidente da Associação Comercial, Industrial e
Empresarial (ACE) de Irecê, o projeto trará um efeito cascata em diferentes
setores, movimentando comércio, hotelaria e o mercado imobiliário.

Além de impulsionar o crescimento econômico, a iniciativa
também já atrai investimentos em infraestrutura, tecnologia e educação. Para
atender à demanda da nova operação, a mineradora, em parceria com a Secretaria
do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), está promovendo cursos de
capacitação profissional pelo Programa Qualifica Bahia, oferecendo treinamentos
técnicos a 80 moradores locais, com prioridade para grupos em situação de
vulnerabilidade social.

Inovação e Sustentabilidade

O Projeto Irecê também se destaca no cenário nacional pelo
uso de tecnologias inovadoras. Com sua implementação, a Bahia se consolidará
como um polo autossuficiente na produção de fertilizantes à base de fosfato. Um
dos principais diferenciais do empreendimento é a adoção de um método de
extração a seco, tecnologia inédita no Brasil, que elimina o uso de água no
processo produtivo e dispensa barragens de rejeitos.

Essa abordagem minimiza significativamente os impactos
ambientais e garante maior segurança às operações. O presidente da CBPM,
Henrique Carballal, destaca o compromisso com a sustentabilidade: "Estamos
trazendo uma tecnologia avançada, que utiliza um forno de alta eficiência
importado da Alemanha, garantindo uma operação limpa e alinhada com as melhores
práticas ambientais."

Além disso, o projeto terá um impacto positivo na
agricultura familiar, pois a extração do fosfato resultará também na produção
de calcário agrícola, essencial para corrigir a acidez do solo e aumentar sua
fertilidade. Como parte do compromisso social, a mineradora firmou um acordo
para doar anualmente 10 mil toneladas desse insumo, beneficiando inicialmente
4,5 mil agricultores familiares e contribuindo para o aumento da produtividade
rural.

Desafios Superados

Apesar do grande potencial de desenvolvimento, a execução do
Projeto Irecê enfrentou uma série de desafios até se tornar viável. O
diretor-presidente da Galvani, Marcelo Silvestre, destaca que a parceria com a
CBPM foi fundamental para alinhar o projeto às regulamentações e garantir seu
desenvolvimento sustentável.

Antes de avançar, a iniciativa precisou superar obstáculos
como o realocamento de um anel viário que passava sobre a mina, a retirada de
postes de energia da área de exploração e a obtenção de licenças ambientais. O
presidente da CBPM, Henrique Carballal, lembra que a companhia atuou
diretamente para resolver essas questões em parceria com a prefeitura,
destravando o projeto. Segundo ele, o governo estadual reconheceu a relevância
estratégica da iniciativa e garantiu total apoio para sua viabilização.

Compromisso com Educação e Agricultura

Além dos impactos econômicos e ambientais, o Projeto Irecê
aposta em iniciativas sociais para fortalecer a comunidade local. A mineradora
tem apoiado escolas da região, como a Escola Quilombola Anísio Teixeira, que
participou do Projeto Raízes, promovendo atividades culturais e educacionais
voltadas à valorização da cultura negra.

A instituição também foi reconhecida no Prêmio LED – Luz na
Educação por um projeto sustentável que transformou a escola em referência
ambiental. De acordo com Arnobson dos Santos, gestor da escola e membro da
comunidade quilombola de Lagoa Nova, 93% dos resíduos produzidos na instituição
são reaproveitados, graças ao suporte da mineradora, que ofereceu assessoria
técnica e recursos para a revitalização do viveiro de mudas da escola.

Outro compromisso da CBPM é a criação de um fundo de
educação destinado ao município, que será financiado por uma parte dos
royalties do projeto e gerido pela própria comunidade. A iniciativa busca
fortalecer a educação local e ampliar as oportunidades para as novas gerações.

Por fim, o empreendimento surge como uma solução para um
problema enfrentado pelos agricultores familiares: o alto custo dos
fertilizantes. A doação de calcário agrícola promete melhorar a produtividade
das lavouras e aumentar a renda dos pequenos produtores, garantindo um futuro
mais próspero para a região.

Segundo Arnobson, o impacto do projeto vai muito além da
mineração: "Para muitos agricultores, essa iniciativa representa
esperança. A doação de insumos essenciais permitirá que eles melhorem sua
produção e tenham melhores condições de vida."

Com um olhar voltado para o crescimento sustentável e o
desenvolvimento social, o Projeto Irecê se apresenta como um divisor de águas
para a região, consolidando-se como um dos investimentos mais promissores do
estado.