O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) assumiu oficialmente
a presidência da Câmara dos Deputados neste sábado (1º), cargo que ocupará
pelos próximos dois anos. A eleição foi anunciada pelo ex-presidente Arthur
Lira (PP-AL) e, logo após, Motta fez seu primeiro discurso à frente do
plenário.

O resultado da eleição foi expressivo, com Hugo Motta
recebendo 444 votos de um total de 499, enquanto seus concorrentes, Marcel Van
Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), obtiveram 31 e 22 votos,
respectivamente. Também houve dois votos em branco.

Em sua fala inicial, Motta destacou a importância da
democracia e da estabilidade econômica, ressaltando que “nada pior para os mais
pobres do que a inflação e a instabilidade na economia”. Ele enfatizou que o
fortalecimento das políticas econômicas deve ser uma prioridade para garantir o
progresso do Brasil. “Façamos um apelo para que deixemos o Brasil passar, sem
mais discussões sobre o óbvio”, afirmou.

Ao relembrar Ulysses Guimarães, o ex-presidente da Câmara e
líder na promulgação da Constituição de 1988, Motta destacou o simbolismo do
cargo e sua responsabilidade. "Assumo com três compromissos: servir ao
Brasil, servir ao Brasil, servir ao Brasil", declarou emocionado, e ainda
repetiu uma famosa frase de Guimarães: "Tenho ódio e nojo à ditadura",
para reafirmar seu compromisso com a democracia e o parlamento forte.

Em defesa do Legislativo, Motta criticou o presidencialismo
de coalizão, classificando-o como um “mecanismo político perverso” e propondo
uma revisão das relações entre o Executivo e o Congresso. O novo presidente
também utilizou sua fala para reforçar a importância das emendas impositivas,
defendendo que o governo seja obrigado a cumprir o pagamento das mesmas.

Motta finalizou seu discurso com um agradecimento aos
jornalistas presentes e destacou que o fortalecimento da imprensa livre é
essencial para a preservação da democracia no país.