O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou no
sábado (1º) a imposição de tarifas sobre US$ 30 bilhões (cerca de R$ 150
bilhões) em frutas e bebidas alcoólicas importadas dos Estados Unidos. As
tarifas entrarão em vigor na próxima terça-feira (4) e serão implementadas de
forma progressiva, podendo chegar a 25% sobre os produtos norte-americanos. No
total, o impacto econômico pode atingir 155 bilhões de dólares canadenses
(aproximadamente R$ 570 bilhões).

A medida é uma retaliação à ordem executiva assinada pelo
ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que determinou tarifas de 10%
sobre produtos chineses e 25% sobre importações do México e do Canadá. O único
produto canadense isento dessa taxa maior foi o petróleo, que será tarifado em
10%. O decreto ainda prevê a possibilidade de aumentar as tarifas caso os
países afetados decidam responder com sanções próprias.

Trudeau revelou que já entrou em contato com a presidente do
México, Claudia Sheinbaum, para coordenar uma estratégia conjunta contra as
medidas impostas pelos EUA. O primeiro-ministro criticou a decisão da Casa
Branca, alertando que as novas tarifas podem resultar em aumento no custo de
produtos essenciais para os americanos e prejudicar as relações comerciais
entre os dois países. Ele também ressaltou a histórica aliança entre Canadá e
EUA, lembrando a participação de soldados canadenses ao lado dos
norte-americanos em conflitos como o do Afeganistão.

Economistas alertam que, se as tarifas forem mantidas por um
longo período, a economia canadense pode enfrentar uma recessão nos próximos
seis meses, agravando o impacto sobre setores estratégicos do país.