Um ataque a tiros em uma escola na cidade de Örebro, no
centro da Suécia, deixou pelo menos dez mortos, incluindo possivelmente o
atirador, segundo informações divulgadas pela polícia nesta terça-feira (4). O
episódio, considerado o mais grave do tipo no país, aconteceu por volta das
12h30 no horário local (8h30 no Brasil) e mobilizou uma grande operação de
segurança.

Inicialmente, as autoridades informaram que cinco pessoas
estavam feridas, mas os números foram atualizados após a imprensa local relatar
vítimas fatais. Segundo Roberto Eid Forest, chefe da polícia de Örebro, ainda
há buscas em andamento dentro da escola para identificar outras possíveis
vítimas.

O Hospital Universitário da região confirmou que cinco
pessoas deram entrada na unidade, sendo que quatro passaram por cirurgia e uma
delas se encontra em estado grave. Um comunicado oficial mencionou um total de
seis hospitalizados, mas reforçou que nenhum deles é criança.

Investigação e perfil do suspeito

A identidade do atirador ainda não foi oficialmente
divulgada, mas a polícia informou que se trata de um homem de 35 anos, que
possivelmente agiu sozinho. Sua residência está cercada por agentes de
segurança, e uma investigação foi aberta por crimes de assassinato, porte
ilegal de armas e incêndio criminoso.

Embora as motivações do ataque ainda sejam desconhecidas, as
autoridades descartaram, até o momento, qualquer ligação com terrorismo. De acordo
com a emissora pública STV, os disparos foram feitos com uma arma automática. O
tabloide Expressen relatou que houve troca de tiros entre policiais e o
atirador, mas nenhum agente ficou ferido.

O ataque aconteceu na Risbergska, uma escola voltada para
educação de adultos, que divide seu espaço com instituições que atendem
crianças. Para garantir a segurança dos alunos, a polícia ordenou que todos
permanecessem dentro dos prédios até a situação ser controlada. Após algumas
horas, a retirada dos estudantes e funcionários foi iniciada.

Reações e impactos no país

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, lamentou o
ocorrido e afirmou que o governo está acompanhando o caso de perto. "É um
dia muito doloroso para toda a Suécia. Meus pensamentos estão com aqueles que
tiveram um dia escolar normal transformado em um pesadelo", declarou.

O ministro da Justiça, Gunnar Strömmer, classificou o
episódio como "muito grave", enquanto a líder do Partido
Social-Democrata, Magdalena Andersson, manifestou solidariedade às vítimas e
suas famílias.

Embora a Suécia tenha enfrentado um aumento da violência
relacionada a gangues nos últimos anos, ataques em escolas ainda são raros no
país. No entanto, incidentes semelhantes já ocorreram, como o esfaqueamento de
dois professores em Malmö, em 2022, e um ataque a faca em uma escola de
Kristianstad, no mesmo ano.

De acordo com o Conselho Nacional Sueco de Prevenção ao
Crime, dez pessoas foram mortas em ataques escolares entre 2010 e 2022. O caso
mais emblemático ocorreu em 2015, quando um agressor mascarado matou um
assistente de ensino e um estudante, além de ferir outras duas pessoas,
motivado por questões raciais.

O ataque em Örebro reacende o debate sobre segurança em
instituições de ensino e a necessidade de medidas mais rígidas para evitar
novas tragédias. As investigações seguem em andamento para esclarecer as
circunstâncias do crime e as motivações do atirador.